UNG | Ser Educacional
28 Março
Exames
A importância dos profissionais de radiologia nos exames
Autor: Celso Alves

Estatísticas preocupantes reforçam a necessidade de conscientizar a sociedade sobre a seriedade do exame

Resultado de alterações genéticas em determinado conjunto de células da mama, o CÂNCER DE MAMA é o segundo tipo mais frequente no mundo. As estatísticas que envolvem a doença se tornam cada dia mais alarmantes: a taxa de mortalidade no Brasil é crescente, isso porque a doença é diagnosticada na maioria dos casos em estágio avançado. 

Segundo dados da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer, agência da Organização Mundial da Saúde, 1 a cada 4 tipos de câncer que afetam as mulheres é de mama. Em 2012, ano do último relatório mundial publicados pela agência, a taxa de incidência desse tipo de câncer era de 1,6 milhão de casos entre mulheres. 

O Inca (Instituto Nacional de Câncer) estima que em 2016 ocorreram 57.960 casos de câncer de mama entre mulheres no Brasil. Esse é o segundo tipo de tumor maligno mais incidente entre as brasileiras, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De incidência mais rara, o câncer de mama também pode afetar homens. 

A maior dificuldade em diagnosticar a doença e oferecer um tratamento rápido e eficaz ao paciente é a ausência de sintomas que o câncer de mama apresenta em sua FASE INICIAL. Vale lembrar que quanto antes o câncer é identificado, mais altas são as taxas de sucesso no tratamento. A gravidade da doença corrobora a importância dos exames preventivos. De acordo com o Inca, a taxa de sobrevida após 5 anos (porcentagem de pacientes que vivem pelo menos 5 anos após o diagnóstico) é maior quando a doença é detectada em seus estágios iniciais de desenvolvimento. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que o exame de mamografia seja feito em mulheres a partir de 40 anos e com periodicidade anual.

Único exame capaz de detectar uma lesão cerca de cinco anos antes de ela tornar-se palpável, isto é quando ainda está na fase de MICROCALCIFICAÇÃO, a MAMOGRAFIA é o principal exame para o diagnóstico precoce do câncer de mama. 

É imprescindível que o exame seja realizado por um profissional qualificado e habilitado nas técnicas radiológicas, sendo ele um técnico ou tecnólogo em radiologia.

A função deste profissional não é apenas a realização do exame, mas sim CONSCIENTIZAR o “paciente” (cliente) em relação à importância da qualidade da imagem para um bom diagnóstico médico. Para isto, o profissional das técnicas radiológicas deve acolher o paciente, explicando claramente todos os procedimentos e posicionamentos mamográficos que serão realizados.

A compressão mamária é fundamental para o diagnóstico, sendo necessária uma compressão na mama de aproximadamente 11 a 18 quilogramas de força. Desconfortável para o paciente, a compressão é necessária para uniformizar e reduzir a espessura da mama, que deve ficar entre três e oito centímetros de espessura. A compressão reduz a distância entre a mama e o cassete, melhorando a nitidez da imagem; separando as estruturas no interior da mama e diminuindo a probabilidade da lesão ser obscurecida por superposição de tecido normal. A redução da espessura da mama também resulta em menor dose de radiação dispersa, além de imobilizar a paciente evitando que a mesma se movimente e prejudique a qualidade do exame.

Ressaltamos que o exame de mamografia é o principal exame para o diagnóstico precoce do câncer de mama não só em mulheres, mas também em homens.

Fonte: Professora Maricéu Cunha de Campos
Membro da Comissão de Educação do CRTR-SP, Técnica e Tecnóloga em Radiologia, Especialista em Didática do Ensino Superior e Gestão Estratégica de Negócios e Mestre em Farmácia

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